terça-feira, 25 de junho de 2013

LENDAS ,CONTOS E MITOS - RUSSIA

VASSALISSA A BELA
Era uma vez uma menina muito bonita que se chamava Vassilissa. Aos 8 anos, Vassilissa perdeu sua mãe, que antes de morrer deu à filha uma bonequinha, e disse “Vassilissa, sempre que você estiver triste, ou em apuros, dê de comer e beber à esta bonequinha, e ela lhe ajudará”.

O pai de Vassilissa, sentindo que precisava dar uma madrasta à filha, casou-se com uma mulher mesquinha e maldosa, com duas filhas mais velhas que Vassilissa. O pai de Vassilissa logo faleceu, e a madrasta a maltratava, obrigava-a a fazer serviços pesados, na esperança de que o cansaço a enfeiasse. Mas Vassilissa crescia bela e saudável. Vários jovens a cortejavam, mas a madrasta não permitia o casamento dela antes dos das filhas. Mas ninguém queria casar com as filhas de madrasta de Vassilissa, pois elas eram feias e maldosas.  
Um dia, a madrasta resolveu vender a casa e mudar-se para uma que ficava embrenhada na floresta. As noites eram escuras e frias, mas Vassilissa não reclamava. Diziam que uma bruxa morava ali perto.  
Uma noite, uma das filhas da madrasta apagou de propósito a vela da casa, e elas obrigaram Vassilissa a ir na casa da bruxa pegar uma tocha, na esperança que a bruxa a matasse. Vassilissa pegou sua boneca, deu-a de comer e beber e disse: “Bonequinha, ouça com atenção. A madrasta mandou-me ir à casa da bruxa, e ela vai me matar.” A boneca disse-lhe: “Não se preocupe, que eu a protejerei.”. Vassilissa foi à casa da bruxa.
De repente, um homem de branco num cavalo branco passou galopando, e o dia nasceu.
Mais adiante, um homem de vermelho passou montado num cavalo vermelho, e o sol apareceu.
Vasalisa caminhou e caminhou e, bem na hora em que estava chegando ao casebre de Baba Yaga, um cavaleiro vestido de negro passou trotando e entrou no casebre.Imediatamente fez-se noite.
A cerca feita de caveiras e ossos ao redor da choupada começou a refulgir com um fogo interno de tal forma que a floresta ficou iluminada com a luz espectral.
Vassilissa suspirou e bateu na porta da casa da bruxa:  
“Quem é?” perguntou a bruxa.

“Meu nome é Vassilissa. Eu, minha madrasta e minhas irmãs moramos na casa do outro lado da floresta. Vim pedir uma tocha, pois estamos sem fogo.”  
“Ah, sim. Eu as conheço. Pode entrar, menina, e eu darei-te a tocha. Mas antes, terá de trabalhar para mim por um tempo”.  
Vassilissa entrou, e a bruxa, que se chamava Baba Yaga, mostrou-lhe um canto para descansar, mas antes de deixá-la, disse:  
“Amanhã, você deverá limpar a casa e o quintal. Depois, cozinhe meu jantar e separe os grão negros do trigo. Se não fizer tudo quando eu voltar, à tardinha, eu a comerei”.  
Vassilissa deu comida e bebida à sua boneca, dizendo: “Bonequinha, ouça com atenção. Baba Yaga me mandou fazer uma quantidade de tarefa impossível, e se eu não fizer, ela me comerá”.  
A boneca respondeu: “Acalme-se, minha criança. Eu a ajudarei. Durma tranquila.”.  
No dia seguinte, quando Vassilissa acordou,a boneca havia limpado a casa, o quintal e separado os grãos de trigo, e para Vassilissa, restava apenas cozinhar. Sorrindo, Vassilissa preparou uma deliciosa refeição para a bruxa.  
Quando a bruxa chegou, olhou tudo, mas nada disse. Ela comeu bem, e Vassilissa perguntou:  
“Posso fazer-lhe uma pergunta, senhora?”  
“Quem muito pergunta, muito sabe, e eu não quero meus segredos revelados. Mas pergunte, e eu verei se respondo ou não”.  
Vasalisa perguntou quem era o homem de branco no cavalo branco.
- Ah - respondeu a Yaga, com carinho. - Esse primeiro é o meu Dia.
- E o homem de vermelho no cavalo Vermelho?
- Ah, esse é o meu Sol Nascente.
- E o homem de negro no cavalo negro?
- Ah, sim, esse é o terceiro e ele é minha Noite.
- Entendi - disse Vasalisa
Agora eu quero perguntar-lhe algo. Como você conseguiu completar a tarefa que eu lhe impus?”  
“A bênção de minha mãe me ajudou.”  
Baba Yaga assustou-se e gritou: “Você deve sair daqui imediatamente! Eu não gosto de moça abençoada!
Baba Yaga tirou uma caveira de olhos candentes da cerca e a enfiou numa vara. - Pronto! Leve esta caveira na vara até sua casa. Isso! Esse é o seu fogo. Não diga mais uma palavra sequer. Só vá embora.
Vasalisa ia agradecer à Yaga, mas a bonequinha no fundo do bolso começou a saltar para cima e para baixo, e Vasalisa percebeu que devia só apanhar o fogo e ir embora.
Ela voltou correndo para casa, seguindo as curvas e voltas da estrada com a boneca lhe indicando o caminho. Era noite, e Vasalisa atravessou a floresta com a caveira numa vara, com o brilho do fogo saindo pelos buracos dos ouvidos, dos olhos, do nariz e da boca. De repente, ela sentiu medo dessa luz espectral e pensou em jogá-la fora, mas a caveira falou com ela, incistindo para que se acalmasse e prosseguisse para casa da madrasta e das filhas.
Quando Vasalisa ia se aproximando da casa, a madrasta e suas filhas olharam pela janela e viram uma luz estranha que vinha dançando pela mata. Cada vez chagava mais perto. Elas não podiam imaginar o que aquilo seria. Já haviam concluído que a longa ausência de Vasalisa indicava que ela a essa altura estava morta, que seus ossos haviam sido carregados por animais, e que bom que ela favia desaparecido!
Vasalisa chegava cada vez mais perto de casa. E, quando a madrasta e suas filhas viram que era ela, correram na sua direção dizendo que estavam sem fogo desde que ela havia saído e que, por mais que tentassem acender um, ele sempre se extingua.
Vassalissa entrou na casa, sentindo-se vitoriosa por ter sobrevivido à sua perigoda jornada e por ter trazido o fogo para casa. No entando, a caveira na vara ficou observando cada movimento da madrasta e das duas filhas, queimando-as por dentro. Antes de amanhecer, ela havia reduzido a cinzas aquele trio perverso.
Naquela noite, Vassilissa dormiu bem, mas quando acordou, viu que a casa havia sido queimada e a caveira havia sumido. Viu os corpos carbonizados da madrasta e suas filhas e pensou “A boneca me salvou!”.  
Vassilissa, então, foi para a corte, onde conseguiu dinheiro ajudando uma velhinha a costurar e tecer.
Vassilissa era tão boa que a velhinha decidiu levar os tecidos que Vassilissa tecia para o Imperador. Chegando lá, o Imperador impressionou-se, e disse: “A senhora os fez?”. “Não, Majestade. Uma moça que mora e trabalha comigo os teceu”. “Pois traga-a aqui, quero conhecê-la”.  
A velhinha levou Vassilissa ao Imperador, que impressionou-se com a beleza da moça; Vassilissa também achou-o muito belo, ele era jovem e educado também. Ele, então, casou-se com Vassilissa e eles viveram felizes para sempre. 

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