sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

A VELHA CONTRABANDISTA
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha. Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco? A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no odontólogo e respondeu: - É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não “espaia” ? – quis saber a velhinha.
- Juro – respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Stanislaw Ponte Preta)
Interpretação do texto
1) O que a velhinha carregava dentro do saco, para despistar o guarda?
______________________________________________________________________________________ 2) O que o autor quis dizer com a expressão “tudo malandro velho”?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda: Quando o narrador citou os dentes que “ela adquirira no odontólogo”, a que tipo de dentes ele se referia?
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4) Explique com suas palavras qual foi o truque da velhinha para enganar o fiscal.
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5) Quando a velhinha decidiu contar a verdade? 
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6) Qual é a grande surpresa da história? 
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7-Aponte expressões do texto que caracterizam a linguagem coloquial.
A construção: “ o fiscal da Alfândega mandou ela parar” é típica da linguagem coloquial. Reescreva-a utilizando o padrão culto de linguagem.
8) Numere corretamente as frases abaixo, observando a ordem dos acontecimentos. 
( ) O fiscal verificou que só havia areia dentro do saco.
( ) O pessoal da alfândega começou a desconfiar da velhinha.
( ) Diante da promessa do fiscal, ela lhe contou a verdade: era contrabando de lambretas.
( ) Todo dia, a velhinha passava pela fronteira montada numa lambreta, com um saco no bagageiro.
( ) Mas, desconfiado, o fiscal passou a revistar a velhinha todos os dias.
( ) Durante um mês, o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
( ) Então, ele prometeu que não contaria nada a ninguém, mas pediu à velhinha que lhe dissesse qual era o contrabando que fazia.
O Homem e os animais
Nos últimos anos, a convicção de que a companhia dos animais é benéfica ao homem adquiriu um fundamento cientifico. Sua presença alivia a solidão e o abatimento de seus donos, serve-lhes de estímulo para cuidar de si próprios e para realizar todo tipo de atividade quotidiana útil. A companhia de um animal reduz a ansiedade e as tensões porque se converte no centro de atenções e traz um sentimento de segurança. Além disso, o animal pode contribuir para que o dono se mantenha em boa forma física ou que a melhore, ao dar-lhe motivação para fazer exercícios.
(E. Friedmann. Em O correio da Unesco. Rio de Janeiro, Funbdação Getúlio Vargas, abr. 1988)
1. Separe as orações do primeiro período do texto e classifique-as.
2 Dê a função sintática dos termos destacados em cada trecho:
a) "... a companhia dos animais é benéfica ao homem...
companhia
benéfica
ao homem
b)"Sua presença alivia a solidão e o abatimento de seus donos..."
sua
solidão
de seus donos
c)"... o animal pode contribuir para que o dono se mantenha em boa forma física ou que a melhore, ao dar-lhe motivação para fazer exercícios."
dono
a
lhe
3. Dê os verbos correspondentes aos seguintes substantivos.
convicção
exercício
companhia
Retire os advérbios de intensidade das frases, junto com a palavra a que eles se referem, classicando-a em verbo, adjetivo ou advérbio.
a) Ficamos profundamente gratos pela ajuda.
b) Aquele professor explica muito bem.
c) Ela é menos bonita que a Irmã.
d) Aquela senhora viaja bastante.
e) Celina está meio confusa com a situação.
f) Pedi que eles saíssem bem depressa.
2) Identifique a ideia que o advérbio em destaque acrescenta ao verbo:
a) Eles não foram ao circo.
b) O menino corre mais rápido que você.
c) Hoje fez muito frio!
d) Fiquei aqui te esperando.
3)Qual das frases abaixo contem advérbios com a idéia de dúvida?
a) Provavelmente ela irá chegar amanhã. ( )
b) Com certeza ela irá chegar amanhã. ( )
4) Quais das frases abaixo contem advérbios com a idéia de afirmação:
a) Certamente eles irão jogar mais animados. ( )
b) Hoje eu não tenho que ir pra aula. ( )
5. Nos períodos a seguir, as orações em negrito são todas subordinadas adverbiais. Classifique-as de acordo com a ideia que transmitem:
Temporal – (ideia de tempo)
Final – (finalidade)
Comparativa – (comparação)
Causal – (causa)
Condicional (condição)
Conformativa ( um fato ocorre de acordo com outro)
Consecutiva (consequência)
Concessiva ( indica uma exceção)
Proporcional ( aumento ou diminuição compatível com outro aumento ou diminuição)
1.A reportagem saiu no jornal conforme determinou o redator.
2.Comprei o jornal para que Ana visse a foto.
3.Sabrina come como um passarinho.
4.Faça o trabalho como eu orientei.
5.A tristeza aumentava à medida que os dias passavam.
6.Bebo água porque tenho muita sede.
7. O velhinho teve uma fratura quando caiu.
8. Ele caiu porque escorregou no chão molhado.
9. Maria estava feliz, tanto que ria sem parar.
10. Você fala tanto que me deixa atordoado.
11. Fui ao jogo embora não goste de tênis.
12. Eu o agradeceria muito se o encontrasse.
Reescreva as frases, transformando as locuções adjetivas em adjetivos simples.
a) Fomos passear num dia de sol._________________________________________
b) Vimos a paisagem da lua nesse filme.____________________________
c) Todos gostam de uma palavra de carinho.____________________________
d) A higiene do corpo é importante para nossa saúde.________________________________________
e) A bandeira do Brasil é bonita.____________________________
f) Estudo no período da manhã______________________________ g) Fui ver uma peça de teatro._______________________________
2.Relacione os adjetivos abaixo com as locuções adjetivas correspondentes.
(a) pluvial (b) campestre (c) bovina
(d) cardíaco (e) fluvial (f) marítima
( ) Água de rio
( ) Flor do campo
( ) Músculo do coração
( ) Carne de boi
( ) Orla do mar
( ) Água de chuva
Substitua as palavras destacadas por adjetivos pátrios equivalentes.
a) Os jogadores do Brasil e da Noruega entraram em campo.
b) O governo do Egito permitiu a entrada de turistas.
c) O embaixador da Grécia visitou o presidente de Israel.
d) Esses cantores do Nordeste apresentaram-se na televisão.
e) Esses músicos da Alemanha foram muito aplaudidos.
f) O tema dos debates foi a economia dos Estados Unidos e a política da Europa.
Retire do trecho abaixo todos os pronomes e classifique-os.
“Como uma máquina que depende do desempenho de cada uma de suas engrenagens para funcionar bem, os esportes coletivos comprovam que a chave para o sucesso passa pelo exaustivo e muitas vezes anônimo trabalho solidário.”
SIMBÁ E O PÁSSARO ROCA
A história acontece há mais de mil anos... Simbá era filho de um rico comerciante da Pércia e morava em Bagdá.
Quando seu pai morreu, ele herdou uma grande fortuna. Mas logo gastou todo o dinheiro em banquetes e festas e, quando se deu conta, estava sem nenhum tostão. Então, Simbá começou uma vida de grandes aventuras marítimas, em que conheceu reinos riquíssimos e criaturas assombrosas.
Em uma dessas viagens, Simbá distraiu-se e não embarcou. Quando foi ver... o navio já estava longe.
Simbá saiu gritando pelos companheiros, mas não obteve resposta. Então, deu-se conta da tragédia: o navio já estava longe, no horizonte, e ele ficara sozinho na ilha.
Desesperado, ele gritou, acenou, bateu na cabeça e jogou-se no chão, chorando.
- Como sou estúpido! Estava tão bem em minha casa, em Bagdá. Como é que resolvi meter-me em uma complicação dessas?
Quando cansou de se lamentar, decidiu explorar o local. Percorreu toda à volta da ilha. Por fim, subiu em uma árvore bem alta e examinou o horizonte. Nenhuma outra terra ou navio, somente água e céu. Examinou melhor a ilha e acabou vendo uma coisa diferente. Ao longe, no meio de um descampado, havia uma mancha branca.
Simbá desceu da árvore e seguiu naquela direção. Ao se aproximar, viu que se tratava de uma grande bola branca. Era toda lisa e tinha várias vezes a sua altura. “Quem terá construído isso aqui, e para quê?, perguntou-se. “Deve ter alguma porta.”
Rodeou a construção e não viu porta alguma. Deu outra volta, para medi-la. Tinha cerca de cinqüenta passos de circunferência.
Tentou escala-la, mas não conseguiu, pois a superfície da parede era escorregadia.
Parou para pensar no que fazer. Naquele momento, uma espécie de nuvem escondeu o sol. Ele olhou para cima e ficou assombrado com o que viu. Era um pássaro gigantesco que vinha voando em sua direção.
Na mesma hora, lembrou-se de histórias que tinha ouvido dos marinheiros. Eles garantiam que naquela região vivia um grande pássaro, que chamavam de Roca. Simbá compreendeu, então, o que estava acontecendo.
“Estou no ninho desse monstro voador”, pensou. “Essa grande bola é um ovo. Ele agora está vindo para chocá-lo.”
“As Mil e Uma Noites” – versão de Galland, apresentação de Malba Tahan. Ediouro.
1.Qual a situação de Simbá no início do texto?
2.Qual a reação se Simbá ao ver o navio longe?
3.O que fez depois que se acalmou?
4.Depois de subir em uma árvore, que coisa Simbá viu ao longe e que chamou muito sua atenção?
5.Chegando perto do estranho objeto, o que percebeu Simbá?
6.E o que pensou Simbá?
7.Enquanto Simbá pensava no que fazer, algo de surpreendente aconteceu. O que foi?
8.Nesse momento, do que se lembrou Simbá?
9.Retire do texto 10 verbos.
10.Dê o tempo , a pessoa e o número do verbo.
a) Se a senhora pudesse ficar com eles enquanto eu desfilo.
b) Minhas amigas ficariam loucas de inveja.
c) Todo ano eu lhe fazia uma festa.
d) Tratou, sim senhora..
e) Nós brincamos o dia todo.
f) Ana não fala mais nada.
11.Identifique a conjugação a que pertence o verbo.
a) Eles foram cantar em outra freguesia.
b) Paula não quer dever nada a ninguém.
c) Tudo que ele fez foi partir.
d) O menino não pretende dividir o doce com ninguém.
ATIVIDADES COMO TEXTO-ZONA RURAL E ZONA URBANA
Mãos no bolso e ombros encolhidos, Carlos Teodoro, 12 anos, tosse e sobe a ladeira de terra da Vila Santa Cruz, em Tabatinga, cidade-dormitório de boias-frias que colhem laranja, na região de Araraquara. O menino vai ao centro de saúde. A falta de ar não o deixou dormir. No dia anterior, trabalhou na turma do Cebola, caminhoneiro que empreita mão-de-obra. Colheu 23 caixas, ganhando o equivalente a 12 centavos de dólar em cada uma. Foi sozinho, pois os pais são velhos e doentes. Colhendo em dupla, o trabalho rende mais: um fica no ponteiro; o outro, no barrado, abaixo, com o saco de lona pendurado ao ombro por uma tira. Quando a sacola fica cheia, o colhedor solta o fundo e derrama o conteúdo na caixa para o transporte no caminhão. Sem parceiro, Carlos teve de trabalhar dobrado.
“Fiquei suado e depois me molhei, por isso tô com essa tosse.”
Se ele não trabalhar, não há como pagar o aluguel, equivalente a 6 dólares, pelo cômodo de tábuas espaçadas e sem janela. O menino sustenta pai e mãe e mais um sobrinho pequeno. A família vive migrando em busca de vida melhor.
“Já passamos por um punhado de cidades. Em Goio-Erê, no Paraná, colhi algodão, já fui até servente de pedreiro.”
Em Tabatinga, só existem laranjas, com seu perfume pela manhã ou à noitinha, e a rotina dos colhedores indo e vindo em ônibus velhos e caminhões.
1. Onde se passa o fato?
2. Quem é o personagem principal do texto?
3. Quanto ganha o menino por uma caixa de laranjas?
4. De quanto é o aluguel do quarto onde mora com a família?
5. Cite um fato acontecido com Carlos Teodoro que mostre que sua família havia migrado.
6. O texto refere-se à vida de que tipo de trabalhador, urbano ou rural?
7. Marque com X a(s) alternativa(s) correta(s). Em meio a todas as dificuldades, o caso do menino trabalhador e especialmente cruel, porque:
a) criança tem menos força para fazer trabalho pesado;
b) criança tem de estar na escola, não no trabalho;
c) criança é mais frágil, pode adoecer com mais facilidade.
COISAS DO MEU SERTÃO
ATIVIDADES COM TEXTO- CORDEL
Seu dotô, que é da cidade
Tem diproma e posição
E estudou derne minino
Sem perdê uma lição,
Conhece o nome dos rios,
Que corre inriba do chão,
Sabe o nome de estrela
Que forma constelação,
Conhece todas as coisa
Da historia da criação
E agora qué i na Lua
Causando admiração,
Vou fazê uma pergunta,
Me preste bem atenção:
Pruque não quis aprendê
As coisa do meu sertão?
Por favô, não negue não
Quero que o sinhô me diga
Pruquê não quis o roçado
Onde se sofre de fadiga,
Pisando inriba do toco,
Lacraia, cobra e formiga,
Cocerento de friêra,
Incalombado de urtiga,
Muntas vez inté duente,
Sofrendo dô de barriga,
Mas o jeito é trabaiá
Que a necessidade obriga.
(...)
(Patativa do Assaré)
derne: forma regional, equivalente a desde.
inriba: forma regional, equivalente a em cima, sobre.
incalombado: cheio de calombos.
1. RESPONDA
a.Como você acha que é o sertanejo do poema de Patativa do Assaré?
b.Você conhece alguém que fale do mesmo modo que o sertanejo? De que região do Brasil é essa pessoa?
c.Reescreva na língua padrão os seguintes versos:
"Tem diproma e posição E estudou derne minino Sem perdê uma lição, Conhece o nome dos rios, Que corre inriba do chão,"
d) Como você imagina que é o "dotô" a quem o sertanejo dirige a palavra?
e)Quem fala "mais correto" o sertanejo ou o doutor? Justifique a sua resposta.
f) No Brasil existem contrastes tão grandes como o "dotô" e o sertanejo "coerento de frieira". Esse contraste é facilmente notado na maneira de falar dessas pessoas?
2. Imagine que na sua rua chegou um novo(a) morador(a) que veio de outra região e, portanto, tem uma maneira de falar diferente da sua. Escreva um pequeno texto contando como conheceu esse(a) novo(a) amigo(a).O seu texto deve apresentar uma descrição desse(a) novo(a) amigo(a).
Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. Publicou Inspiração Nordestina, em 1956, Cantos de Patativa, em 1966. Em 1970, Figueiredo Filho publicou seus poemas comentados Patativa do Assaré. Tem inúmeros folhetos de cordel e poemas publicados em revistas e jornais. Cresceu ouvindo histórias, os ponteios da viola e folhetos de cordel. Em pouco tempo, a fama de menino violeiro se espalhou. Com oito anos trocou uma ovelha do pai por uma viola. Dez anos depois, viajou para o Pará e enfrentou muita peleja com cantadores. Quando voltou, estava consagrado: era o Patativa do Assaré. Nessa época os poetas populares vicejavam e muitos eram chamados de 'patativas' porque viviam cantando versos. Ele era apenas um deles. Para ser melhor identificado, adotou o nome de sua cidade. Patativa só passou seis meses na escola. Isso não o impediu de ser Doutor Honoris Causa de pelo menos três universidades. Não teve estudo, mas discutia com maestria a arte de versejar. Desde os 91 anos de idade com a saúde abalada por uma queda e a memória começando a faltar, Patativa dizia que não escrevia mais porque, ao longo de sua vida, 'já disse tudo que tinha de dizer'. Patativa morreu em 08 de julho de 2002 na cidade que lhe emprestava o nome.
SARA E RANULFO
TEXTO,INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL
Ela era miudinha, os cabelos bem apertados em duas tranças com laços de fita bem engomados. A professora a colocou na primeira fileira do meio para que ela pudesse enxergar bem as lições no quadro. Seu nome era Sara e era nova na escola, pois tinha vindo de uma cidade que ficava muito longe. No primeiro dia que respondeu à chamada com sua vozinha apagada e aos pulinhos __ Sara __ todo mundo riu do seu jeito acanhado. Além do mais ela tinha pintinhas na ponta do nariz e por isso Sara ficava sempre quietinha, e trazia seus cadernos bem limpinhos e arrumadinhos para que a professora não a chamasse na hora da leitura do dia. Ele era o mais forte dos garotos da classe e, embora lhe faltassem na frente dois dentes que atrasavam em aparecer, se fazia de muito grande, não ligando que a camiseta ficasse sempre amassada e as pontas do tênis estouradas de tanto chutar bola. Era tão levado que a professora o colocou na última cadeira da última fila para que não atrapalhasse quando ela escrevia as lições no quadro. De lá, pelo menos era mais difícil atirar bolinhas de papel em suas costas. Seu nome era Ranulfo, e como se não bastasse, tinha os cabelos vermelhos e as mesmas pintinhas na ponta do nariz. Por isso, antes que alguém se atrevesse a rir dele, ia logo distribuindo umas caras de “quem é mais forte aqui sou eu, viu?” e incluía nisso até a pobre da professora. VIEIRA, Regina. In: PERSHUN, Janice Janet. Linguagem vivenciada – 4 série. São Paulo: Ed. do Brasil, s. d., p. 36-37. DANDO OPINIÃO
1. De quem você gostou mais: de Sara ou de Ranulfo? Por quê?
2. O nome “Ranulfo” é comum?
3. O que você acha desse nome?
4. Se você fizesse parte da turma em que Sara estudava, também riria dela no seu primeiro dia de aula? Por quê?
VENDO COMO O TEXTO FOI ESCRITO
1. Como é Sara fisicamente?
2. Como é o jeito de sara?
3. Como Sara se comporta?
4. Como Ranulfo fisicamente?
5. Como Ranulfo se comporta?
ESCREVENDO OUTRO TEXTO
Responda:
a) Como você se chama?
b) Quantos anos você tem?
c) Em que escola você estuda e em que série está?
d) Você é alto (a) ou baixinho (a)?
e) Qual é a cor da sua pele?
f) Qual é a cor de seus cabelos?
g) Seus cabelos são curtos ou compridos, lisos ou encaracolados?
h) Qual é a cor de seus olhos?
i) Você é quieto (a) ou agitado (a)?
j) Como você se comporta na sala de aula?
k) Como é seu relacionamento com seus colegas?
l) Quais são as coisas que você mais gosta de fazer?
m) Que outras coisas mais você acha interessante falar sobre você?
Aproveite as respostas que você deu e faça um texto. As respostas de a até c devem estar num parágrafo; as de d a h, em outro; as de i a k, em outro; em outro ainda as de l; e, por último, a resposta do item m deve ficar em mais um parágrafo. Um detalhe importante: o fato de aproveitar suas respostas não quer dizer simplesmente coloca-las uma depois da outra, só tirando as perguntas. Elas apenas serão um apoio para você escrever seu texto.
E atenção: não se esqueça de colocar um título em seu texto
LILIBEL
Era uma vez uma garota chamada Lilibel.
E para começar a rimar, eu vou dizer que ela tinha os olhos cor de mel.
Desenhar bem, pintar sem deixar vazar, cantar sem desafinar-nada ela fazia. Seu terror eram as aulas de geometria. Diziam que sua letra era um garrancho sem fim.
Às vezes tinha nota vermelha no boletim. Era uma menina comportada. Alguns diziam que ela era muito calada.
Tinha medo de água, dos meninos e do professor de matemática. Adorava a professora de português, uma senhora muito simpática. Lilibel achava que era muito feia muito branca e baixinha.
Na hora do recreio, se não viessem chamá-la para brincar ela ficava sozinha. Aparelho nos dentes foi obrigada a usar. Sorria amarelo prateado quando lhe perguntavam como faria para beijar.
Havia um garoto, o Guto, que achava lindo. Mas ele não lhe dava bola, estivesse indo ou vindo.
O sonho de Lilibel era ser uma gatinha linda de doer. Dia e noite se perguntava: Quando isso vai acontecer?
O tempo passou e as coisas começaram a mudar. É que Lilibel descobriu que todo mundo na classe também tinha do que se queixar. A sua melhor amiga tinha medo do trovão.
O garoto mais sabido ficava horrível de calção. A colega da carteira ao lado era meio gordinha. E o garoto de trás, um tampinha. Depois dessa constatação, sempre que olhava no espelho, ela dizia:
Eu sou uma gatinha.
O Estado de São Paulo.7/10/95.Lúcia Tulchinski.
3. Após a leitura do texto responda as seguintes questões:
a. Numere a 2ª coluna de acordo com a primeira de acordo com o significado:
( 1 ) Rimar ( ) deixar a pintura sair do limite.
( 2 ) Vazar ( ) marcado.
( 3 ) Geometria ( ) dar atenção.
( 4 ) Dar bola ( ) parte da matemática.
( 5 ) Tampinha ( ) encontrar palavras que tenham o mesmo  som final.
( ) Pessoa pequena.
b. No texto o narrador, faz uma descrição detalhada da personagem principal. Escreva 4 características de Lilibel segundo o texto:
________________________________________________________________________
c. De acordo com o texto, cite 4 coisas que Lilibel:
Gostava .................. 
Não Gostava...............
d. O texto destaca os medos e temores de Lilibel. Cite-os.
_____________________________________________________________________________________
e. No final do texto Lilibel mudou de opinião a seu respeito? ( ) sim ( ) não.
* Que descoberta Lilibel fez segundo o texto?
_____________________________________________________________________________________
* Copie a frase do texto como Lilibel passou se ver , após a mudança. _____________________________________________________________________________________
* Explique com suas palavras o que quer dizer a afirmação: “Ninguém é perfeito”.
____________________________________________________________________________________ * O que podemos aprender com a história deste texto? Que lições podem ser tiradas? Fale pelo menos uma.
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
* Você tem alguma coisa em sua aparência ou mesmo seu jeito que não gosta e gostaria de modificar? Explique.
_____________________________________________________________________________________
* Se Você tivesse um amigo chateado com a própria aparência e só reparasse nos próprios defeitos.Que faria para ajudá-lo?
_____________________________________________________________________________________
3. Retire do texto 4 adjetivos:
______________ _____________________ _________________ _____________
4. Observe as seguintes palavras, circule a sílaba tônica e coloque no quadro correto quanto a sua classificação:
Comportada- matemática- também- baixinha- português - simpática
Oxítonas Paroxítonas
Proparoxítonas 
5. Procure no texto e retire duas palavras:
Monossílabas : ................................... .
Dissílabas : .......................................
Trissílabas: ........................................ 
Polissílabas: ....................................... 
6. Pinte de azul os monossílabos tônicos e de vermelho os monossílabos átonos:
Lá me fé só de si pé 
7.Escreva uma narrativa com suas características físicas, seu jeito de ser. Relate seus medos, seus gostos, seus sonhos. Organize seu texto de forma organizada observando os parágrafos e pontuação. Não esqueça do título .